Quase 34 mil caminhões envolvidos em acidentes! Os hábitos adotados pelo motorista estão entre as causas que mais preocupam as empresas de transporte de carga.
Como citamos em conteúdos anteriores aqui no blog, grande parte dos problemas das empresas de transporte de carga que possuem frota de caminhões está relacionada aos hábitos do motorista.
Deste modo, de nada adianta você implementar um plano de gerenciamento de riscos, por exemplo, se o motorista estiver desmotivado para cumprir as exigências a ele direcionadas.
Como também falamos em outro momento, sabemos que nem sempre é fácil motivá-los. No entanto, fica muito mais complicado não adotar ações para tanto. E é por isso que você não pode deixar de ler este conteúdo, pois ele vai abrir os seus olhos para algumas situações pontuais que podem estar acontecendo aí na sua empresa.
Excesso de confiança ao volante
Não é por que um motorista é experiente no transporte de carga que ele está livre de acidentes! O excesso de confiança faz com que o motorista relaxe mais e se distraia enquanto está ao volante.
Mesmo que ele conheça muito bem a estrada, cada viagem é uma história diferente. Um buraco pode estar maior de um dia para o outro, um carro em ultrapassagem perigosa pode surgir e por aí vai.
Importante: vários motoristas insistem em "tocar em frente", mesmo estando cansados. O excesso de confiança é uma armadilha perigosa e, muitas vezes, não permite que o motorista descanse.
Ultrapassar o limite de horas de direção
Sono, fadiga e fome resultam em perda de reflexos significativa, o que compromete a segurança do motorista e demais pessoas que cruzam o seu caminho. Isso acontece em decorrência de muitas horas dirigindo o caminhão com o objetivo de cumprir prazos absurdos.
Neste caso, não há respeito à lei* do tempo limite de direção no transporte de carga e nem à vida do ser humano.
*A cada seis horas, o motorista deve descansar meia hora. O tempo pode ser fracionado, porém, o profissional não pode ultrapassar cinco horas e meia ininterruptas dirigindo. Além disso, a cada 24 horas, o motorista precisa descansar 11 horas.
Distrações ao volante
Um milésimo de segundo pode ser o suficiente para causar um acidente! Por mais que os caminhões sejam repletos de acessórios e tecnologias, não podem tirar a atenção do motorista enquanto ele está dirigindo. O foco deve permanecer na estrada.
Ajustar o rádio, o GPS ou mesmo o ar-condicionado ao mesmo tempo em que precisa ficar de olho na estrada, é um hábito que parece simples, mas que pode ser fatal.
Outro item que não poderia ficar de fora da lista de distrações tem a ver com o celular. Atender ligações, ler ou enviar mensagens é um tremendo vacilo.
Imprudência (não adotar uma direção defensiva)
Não é novidade que a imprudência é um dos fatores mais perigosos na estrada, seja no transporte de carga ou mesmo em veículos de passeio. Entretanto, pelo tamanho e robustez de um caminhão, é necessário que o motorista redobre a sua atenção.
Ultrapassagens perigosas e em locais proibidos, alta velocidade e outros desrespeitos às leis de trânsito são questões que costumam terminar em acidentes fatais. Portanto, não adotar uma direção defensiva no transporte de carga, que é dirigir de maneira calculada e responsável, é extremamente perigoso.
Não seguir as regras da empresa de transporte de carga à risca (pequenos deslizes)
Os padrões de qualidade e as regras de uma empresa de transporte de carga precisam estar claros aos motoristas. Profissionais mal informados ou que simplesmente não respeitam as regras de repouso semanal, intervalos para descanso e alimentação, além da jornada de trabalho, acabam por aumentar os riscos de acidentes.
Além das regras internas da empresa, que compreendem direção defensiva, cuidados com o veículo e outras questões, não seguir às leis também acaba refletindo no aumento de acidentes.
Como o motorista enfrenta vários riscos no transporte de carga, principalmente se ele não estiver bem preparado, os maus hábitos precisam ser minimizados por meio de estratégias defensivas. Ou seja, mesmo que exista a resistência do motorista em adotar algumas medidas, é preciso insistir para que ele tome consciência e não faça parte das estatísticas de acidentes, que somente em 2016 envolveram quase 34 mil caminhões (Dados da Associação Brasileira de Consórcios de Rodovias).